sábado, 1 de dezembro de 2012

JUSTIÇA DESPEJA ADOLESCENTE DEFICIENTE MENTAL DE ABRIGO EM SANTA CATARINA

Dois oficiais de Justiça levaram um adolescente deficiente mental, soropositivo, cego, mudo e paralítico ao gabinete do pedagogo Rui da Luz, secretário de Assistência Social de São José (SAS), na Grande Florianópolis. Eles cumpriam ordens da juíza Ana Cristina Borba, da Vara da Infância e Juventude da cidade. Os oficiais largaram o garoto no tapete do escritório, exigiram um recibo e foram embora. O caso aconteceu no último dia 19, uma segunda-feira, mas só foi conhecido nesta quinta (29), depois que uma denúncia anônima chegou aos jornais revelando que o garoto foi despejado do abrigo onde passou toda sua vida. Na manhã de ontem, com as primeiras notícias, o secretário Luz transferiu o jovem para uma clínica privada em Camboriú, assumindo o custo de R$ 4.000 mensais, jogando na conta da Prefeitura de São José. O secretário disse que a surpresa foi maior porque "ninguém procurou nenhuma instituição antes, foram direto em seu gabinete. Neste dia o garoto ficou até as 23h no escritório, até que se obtivesse uma vaga provisória no sistema de assistência municipal, numa clínica de idosos. O caso do despejo é mais um momento marcante em sua vida. Abandonado pela mãe no Hospital Regional de São José aos três meses, em 1995, com meningite, com graves sequelas. Paralítico, mudo e cego, perdeu as chances de adoção. Foi aí que ele conheceu dona Heleninha Pires, fundadora do Gapa (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids). Viúva e sem filhos, há 30 anos ela corre os hospitais catarinenses apoiando doentes de Aids e suas crianças. Ela pegou o menino, em São José e o levou para o Lar Recanto do Carinho, uma ONG criada por ela em Florianópolis. Lá, ele cresceu com sua cama, seu quarto, seus pertences: para ser removido do Recanto, que só cuida de jovens até 16. O despejo No ano passado, ainda, uma nova direção assumiu o Recanto. Por razões administrativas desconhecidas, encaminhou um pedido de recolocação de PC no sistema de assistência social - sem comunicar dona Heleninha. Foi assim que o garoto acabou entregue no gabinete do secretário. Fonte: Uol Reproduzido por: http://www.independente.com.br/player.php?cod=31040

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